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Crítica – Godzilla e Kong: O Novo Império

Tal qual sua dupla de protagonistas, Godzilla e Kong: O Novo Império, chega aos cinemas de maneira gigantesca. Chamando bastante atenção, mas no fim fazendo muito barulho por nada.

Na trama acompanhamos um mundo que aprendeu a aceitar, até onde isso é possível, a existência dos titans. Enquanto Godzilla mantem o equilíbrio no mundo exterior, confrontando todo monstro que aparece, Kong segue sozinho para a Terra Oca. A paz entre as feras permanece enquanto um não entrar no domínio do outro. Entretanto, essa condição é alterada quando um novo alfa é descoberto. Nos confins da Terra Oca, com um exército de símios gigantes, Scar King planeja não apenas dominar aquela região, mas também o planeta inteiro.

Tão simples quando a sinopse sugere, Godzilla e Kong: O Novo Império falha no básico, contar uma boa história. E isso acontece não pelo cansaço do publico pelo gênero, mas sim pela falta de capacidade do roteiro em contar uma história linear, onde o espectador possa pelo menos se apegar e se conectar com os personagens.

Não levem a mal, existem pontos positivos, principalmente na escolha do elenco. Rebecca Hall, Brian Tyree Henry e Dan Stevens, fazem o que podem com os papeis rasos que recebem. Mas quem ganha mais fôlego é a jovem Kaylee Hottle, reprisando seu personagem do filme anterior, mas agora assumindo o protagonismo, Kaylee é desafiada a encarar monstros mais palpáveis para a audiência, como o sentimento de não se encaixar no mundo, não se sentir parte de lugar algum, além do luto, uma vez que toda sua ilha já não existe mais. Mas nada disso passa de uma fina casca que não se aprofunda por mais do que alguns poucos diálogos.

Apesar de todas as conveniências, talvez o maior pecado do roteiro do longa, ainda seja a ausência total de coração. Se na recente série da Monarch, na Apple TV, conseguimos nos conectar com um grupo de pessoas em meio ao caos dos monstros e dos mistérios da empresa secreta do governo, aqui nada faz muito sentido. Nenhuma regra é estabelecida, nenhum mistério é desvendado, e por vezes, costuras iniciadas nos filmes anteriores, são desfeitas apenas para tapar buracos no enredo.

Mas sempre que falamos de produções deste nível, a maior preocupação costuma ficar por conta dos efeitos especiais. E ainda que esse seja o filme de menor orçamento na franquia, o longa enche os olhos. Os detalhes das criaturas estão melhores, a ambientação está mais rica e até mesmo a capacidade destrutiva está mais realista. Realmente as primeiras impressões não mentiram, e o filme tem seu impacto visual muito bem construído.  

No fim, Godzilla e Kong: O Novo Império, não vai além de uma aventura episódica completamente esquecível em uma franquia riquíssima, que já ousou em produções passadas fantásticas, como o Godzilla (2014) e em Kong: A Ilha da Caveira (2017), mas que hoje deixa para trás qualquer vislumbre de uma narrativa interessante para colocar todo seu foco apenas nos efeitos especiais.

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