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Crítica – Warrior Nun | Temporada 1

Em uma pegada alá Buffy – A Caça Vampiros e repleta de discussões sobre fé, religião e ciência, chaga a Netflix a primeira temporada de Warrior Nun, mas será que vale a pena?

Na trama, adaptada da HQ de Ben Dunn, acompanhamos a história de Ava, uma jovem órfã, vitima de uma morte prematura, que retorna a vida graças à uma aréola angelical colocada em suas costas. Agora, de volta do mundo dos mortos e dotada de poderes espetaculares, cabe a jovem garota assumir os deveres e responsabilidades que vem junto deste artefato, se unir as freiras guerreiras da Ordem da Espada Cruciforme e combater os demônios que cobiçam dominar a Terra.

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De inicio a trama pode soar estranha, e a montagem dos primeiros trailers podem também ter colaborada para uma nada boa primeira impressão, mas a verdade é: Warrior Nun tem muitos pontos positivos.

Sendo uma produção espanhola, a série ganha pontos por conhecer seus limites financeiros e não exagerar em efeitos especiais desnecessários, ainda que tenhamos a presença de uma criatura demoníaca, o aparecimento dessa vem em doses homeopáticas e o roteiro colabora com isso, guardando o monstro para momentos chaves da trama. Detalhes quanto a fotografia e direção de arte também convencem sem maiores problemas, como tantas outras, o selo de qualidade e padrão Netflix se faz valer por aqui.

Para aqueles que conhecem o material original de Ben Dunn, sabe o quanto o quadrinho pode soar datado ou mesmo exagerado. Neste ponto a série traz uma sobriedade muito bem vinda ao material, concedendo profundidade aos personagens e ao grande ponto de virada da história.

Mas se por uma lado, produção e conceitos de adaptação funcionam bem em Warrior Nun, a série peca em se levar a sério demais. Uma história que fala de uma ordem secreta da igreja católica, onde freiras treinam para combater forças demoníacas, poderia e deveria ter um tom mais aventuresco, abusar de cenas de combate corpo-a-corpo e definitivamente mergulhar fundo em todos os detalhes e treinamentos que cercam a tal ordem. Mas não é bem isso que vemos por aqui. Durante praticamente metade da temporada, acompanhamos quase que exclusivamente os pensamentos de Ava. A jovem protagonista, passou por um sério acidente na infância que lhe deixou presa a uma cama até a juventude, onde acabou morta. O roteiro foca nas vontades da jovem em querer experimentar tudo o que nunca teve chance, afinal agora ela tem um corpo saudável para desfrutar dos pequenos prazeres da vida. Ainda que a história e os sentimentos envolvidos sejam partes importantes, a dimensão dramática do arco acaba sendo profundo e sério demais quando contraposto ao plot central, uma ordem secreta de freiras lutadoras. A discrepância no tom acaba fazendo muito mal a série.

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Outras discussões são apresentadas na série com um tom menos drástico. Temáticas como, religião versus ciência, preconceitos e conservadorismo cabem no roteiro e não usados de maneira assertiva, mas sofrem com a perda de espaço nos primeiros episódios.

De maneira geral Warrior Nun surge como um bom entretenimento, talvez não seja a melhor coisa que você vai encontrar para ver, mas acertando algumas arestas, tem um grande potencial para o futuro.

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